Avaliação da qualidade das águas da bacia do rio Joanes (Bahia), ao longo de 10 anos e identificação de fontes poluidoras

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 A bacia hidrográfica do rio Joanes abastece em cerca de 40% a Região Metropolitana de Salvador. Mesmo assim, tem sofrido muitos impactos ambientais nos recentes anos. A qualidade dessas águas foi estudada em 18 pontos ao longo da bacia. Foram calculados os índices IQA (Índice de qualidade da água), IET (Índice do Estado Trófico) e IVA (Índice de Preservação da Vida Aquática). O IQA mostrou pontos na calha principal apresentando água ruim praticamente ao longo dos 10 anos. Afluentes também tiveram classificação entre ruim e péssima por todo o período. O IET classificou 50% dos pontos como ambiente supereutrófico ou hipereutrofizado. As barragens apresentaram melhores resultados para os 3 índices. O IVA classificou muitos pontos da calha do rio e em afluentes com águas de qualidade ruim ou péssima. Mais de 80% dos pontos amostrados na bacia violaram os padrões de qualidade regulamentados pela Resolução CONAMA 357/05 para água doce classe 2. Resultados comprovam também a degradação da bacia em relação à pesca, o que vem sendo reclamado há anos pela população ribeirinha, que hoje se depara com a grande escassez de peixes no rio, antes, seu principal alimento.  Fontes de poluição predominantes na bacia são esgotos sem tratamento. O rio Joanes e seus afluentes tem usos preponderantes comprometidos de forma acentuada. O estudo assegura um melhor entendimento sobre a poluição da bacia do rio Joanes e espera-se que possa subsidiar ações de gerenciamento por parte de orgãos estaduais e municipais para o controle rigoroso da qualidade da água da bacia hidrográfica.