Análise de porcentagem de cobertura e diversidade das espécies marinhas associadas a um costão rochoso na Enseada do Sítio Forte (Baía da Ilha Grande – Rio de Janeiro)
Os costões rochosos são considerados um dos mais importantes habitats marinhos costeiros, pelas altas taxas de produtividade e pela grande diversidade de organismos que abrigam. Algumas características ecológicas dos invertebrados bentônicos e outros organismos associados permitem que sejam utilizados como bioindicadores da qualidade de ecossistemas submetidos a interferências humanas, como no caso dos costões da Baía da Ilha Grande – RJ. O presente estudo utilizou uma abordagem baseada em diversidade e abundância dos organismos bentônicos para avaliar efeitos de duas estruturas artificiais construídas sobre um costão rochoso na baía da Ilha Grande-RJ. Foram identificadas 14 espécies pertencentes a 5 diferentes filos de invertebrados. Também foram contabilizados e identificados 111 indivíduos de 9 espécies de peixes teleósteos. Em ambos os locais amostrados, os corais invasores Tubastraea coccinea e T. Tagusensis foram abundantes. Encontramos um aparente acoplamento entre a diversidade de peixes recifais com a disponibilidade de recursos alimentares, onde os herbívoros territoriais, predadores de invertebrados e espongívoros foram corelacionados positivamente com a abundância de algas turfosas, esponjas, zoantídeos e corais, indicando uma comunidade recifal funcional e bem estruturada, semelhante a outros costões rasos da Baía da Ilha Grande e de outras ilhas costeiras do estado do Rio de Janeiro. O uso de dados de diversidade e abundância de espécies marinhas foi uma ferramenta útil, barata e de execução rápida para a avaliação de impactos ambientais em costões rochosos, oferecendo elementos importantes para subsidiar a tomada de decisões de gerenciamento costeiro, avaliação e conservação ambiental.