Estenoespermocarpia em frutos de mangueira e a relação com a nutrição de boro
A mangueira (Mangifera indica L.) é uma planta originária do sudoeste asiático e disseminada em quase todas as regiões do mundo. No Brasil a cultura da mangueira se destaca devido a sua importância econômica, nutricional e social. O Vale do São Francisco, localizado no Nordeste brasileiro, apresenta grande potencial na mangicultura, respondendo por cerca de 66% das exportações brasileiras da fruta. Entretanto, nessa região tem sido relatada a ocorrência de desordens fisiológicas nos frutos da mangueira, como a “manguita” (estenoespermocarpia) que acomete principalmente a cv. Palmer, e cujas causas ainda não estão totalmente elucidadas. A influência do estado nutricional sobre as desordens fisiológicas tem sido comumente observada, em especial, associadas a deficiência de boro. O boro desempenha diversas funções na planta, por fazer parte de compostos essenciais, este micronutriente tem demonstrado influência na produção e qualidade de frutos da mangueira. Neste contexto, entender a relação entre a ocorrência da estenoespermocarpia e a nutrição boratada, é uma necessidade para a cadeia produtiva da manga. Portanto, objetivou-se elaborar uma breve revisão sobre as principais causas do desenvolvimento dessa desordem fisiológica, e a interferência do boro nesse processo. O manejo da adubação com boro apresenta resultados promissores na redução da estenoespermocarpia em mangueira, sendo uma alternativa viável para a mangicultura, uma vez que afeta positivamente a produção e qualidade de frutos de mangueira, no entanto, são necessários estudos para definição das fontes e doses do nutriente a serem aplicadas sob diferentes condições.