Simbiose entre urbanização e o surgimento de animais silvestres na cidade de Belém (Pará)
O presente artigo enfoca alguns fatores antropogênicos da geopolítica da Amazônia paraense, em especial da produção do espaço na cidade de Belém, capital do estado do Pará, as quais criaram condições favoráveis para a instalação de empreendimentos capitalizados e abriram as fronteiras da região ao capital, sob o discurso do desenvolvimento e integração da região retardatária do país, promovendo como atividade de natureza capitalista, degradações socioambientais, tensões, violência, conflitos, expropriações e morte. A abordagem sobre essa geopolítica permite entender os fluxos migratórios e o processo de urbanização da cidade de Belém, apresentando suas precariedades em termos territoriais e sua consequente pressão sobre áreas verdes remanescentes que aliado a outros fatores propiciam o surgimento de animais silvestres em áreas urbanizadas. O objetivo desse artigo é apresentar argumentos científicos que corroboram para o entendimento dessa problemática socioambiental e possibilite subsidiar ações públicas que garantam a proteção da fauna silvestre. Para tanto, recorre-se a acervos científicos e dados oficiais que formam a base da discussão por ora apresentada. A conclusão que se chega é que o fenômeno urbanista polariza sócio e espacialmente o território que potencializa o surgimento de animais silvestres em áreas urbanas precárias de políticas públicas.